Nome de nova espécie de lagarto homenageia pesquisadora do MHN

Pedro Barros - estudante de jornalismo

Em fevereiro, foi publicada na revista científica Zootaxa a descoberta de uma nova espécie de lagarto em Alagoas. Encontrado no remanescente florestal de Mata Atlântica da Serra da Saudinha (Ipioca, Maceió/AL), o lagarto recebeu o nome de Coelodactylus elizae, em homenagem à professora e pesquisadora Eliza Maria Xavier Freire, fundadora do Setor de Herpetologia do Museu de História Natural - UFAL.
 
Coleodactylus elizae: lagarto recém-descoberto em território alagoano.

O gênero Coleodactylus compreendia até então quatro espécies, todas elas de hábitos diurnos, com menos de 4 cm de comprimento e presentes em várias partes da América do Sul, como a caatinga e os cerrados brasileiros e a Cordilheira dos Andes. Uma novidade do C. elizae é o fato de ele ter sido encontrado em bromélias, enquanto as outras espécies são sempre habitantes de folhiço.
 
A pesquisa, iniciada em 2004, foi desenvolvida por uma equipe de vários estudantes e pesquisadores do Setor de Herpetologia do MHN-UFAL. Dentre eles, Ubiratan Gonçalves, Selma Torquato, Gabriel Skuk (in memoriam) e George de Araújo Sena foram os responsáveis pela descrição da espécie.
 
Quem é Eliza Maria Xavier Freire?
 
A professora Eliza Freire foi quem inaugurou, ainda no primeiro ano do MHN-UFAL (1991), a coleção de répteis e anfíbios do Museu. Ela coordenou vários projetos voltados para o estudo da diversidade da herpetofauna da Mata Atlântica, por meio dos quais foram reconhecidas e descritas novas espécies, como o lagarto Dryadosaura nordestina e as serpentes Bothrops muricienses, Liotyphlops trefauti (em homenagem ao Prof. Miguel Trefaut) e Dendrophidion atlanticus.

Atualmente, Eliza Freire atua no Departamento de Botânica, Ecologia e Zoologia da UFRN, onde criou o Laboratório de Herpetologia e a Coleção Herpetológica (CHBEZ) da universidade (blog). É ela também a responsável pela descoberta do lagarto Coleodactylus natalensis, espécie endêmica de remanescentes da Mata Atlântica do Rio Grande do Norte, hoje considerado símbolo da preservação das áreas verdes de Natal.

Notícias sobre a descoberta:

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